Processo criativo
Devo estar em processo de criação... Tanto nervosismo, tantas lágrimas sem motivo à noite, leituras de romances românticos – chatos, devo confessar – essa irritação, essa fome estranha e tamanha, isso tudo. Em que resultará? Criação. Do que? Poesia, poemas, decerto. Prosa, remotamente, tal qual esta mesma que ora lhes escrevo. E estas palavras insanas, arcaicas? Sei lá, meu. Massa, véio! Ele volta pra mim num som batido de um segundo Volta como se nada o nada fosse Como se o movimento do silêncio Nada fosse Como se a queda da palavra dita nada fosse A palavra que me é cara e maldita Que não comporta o eu Que não me comporta Nem me mal cria Que não me amola Tampouco me cria Me guia, me via, me come Tudo e você Ele me devora Você que me devora com essa leitura soturnamente noturna Ele que me devora a hora que não agora Que quer, A hora que quer A hora noturna do desapego O sereno O orvalho Esse baralho, paciência... que jogo. Acaba, acabou Co...