Mandala
Numa dessas voltas da vida, apesar da felicidade e alegria, ela ainda temia que ele voltasse. Que ele voltasse quando ela estivesse de mãos dadas com outrem; que o amor voltasse pra ficar e ela não soubesse onde ficaria. Vazia. Aturdida, sem chão. Queria assim a solidão pela espera, por querer lá no fundo a volta dele. Queria, ainda assim, a companhia, mas pensar em magoar o outro não podia. Eles eram dois mundos e ela, planeta. Talvez fosse só terra, água, fogo ou ar, se elevava a todos os elementos conforme fosse a necessidade. Com o primeiro mundo, foi fogo, como sempre; escolhia sempre o fogo como carta primeira da manga, era instinto seu. Ele foi água nela, se espalhou todo. Ela aprendeu a ser água nele, mas com seu próprio fogo tornou-se vapor, ar. Aí começou a sonhar, devaneios altos, enquanto ele se tornava terra, o pé no chão. Ele voltou pro próprio mundo e agora era difícil ser terra para ela, mas aprendia. E ele falava do mundo dela com saudade, indicando que po...