Pequenas mortes e Shakespeare
De alguma forma, bem dentro de mim, eu sempre quis morrer e sempre morri um pouco. Preciso de morte, como se dela dependesse eu viver. Mas essas pequenas mortes estão se acumulando rapidamente dentro de mim e a vida não está tendo espaço nem tempo pra vir - não há tempo ou espaço pra eu renascer. Lanço mão de recursos banais do dia-a-dia pra me distanciar da morte e da dor, pequenas mas altamente persistentes: música alta no som, cozinhar qualquer coisa, comer, brincar com minha gata, preparar e dar aulas, pesquisar e ler bobeiras na internet, achar coisas legais, como o blog Isabellices , onde achei uma monografia super interessante sobre arte-educação, que estou lendo. Ah, as distrações me distrem por um segundo, por isso uso-as freneticamente. Ouvir música o tempo todo no ouvido também é o que há; não vivo sem música. às vezes faço caras e bocas e olhares na rua como se estivesse num filme ou clip. Será que ninguém repara? Tenho impressão que não, mas reparei que repara...