Remédio

eu fui pegar agora o remédio que me faz viver
o remédio da distância de você


ele está perto do meu desodorante
e das minhas coisas todas


ele é um comprimido vermelho
que uma amiga me forneceu
ele pode não ser o remédio
mas é o que me faz viver


ele me mantém com cor
cor de ferro
cor de burro que não foge
cor do burro que fica


eu fui pegar meu remédio
pra escrever essas coisas todas
eu te vi levantando um banco de concreto
e desejei que meu sulfato ferroso me desse a mesma força
não fisica, mas emocional
que vc tem


vou agora ao banco
porque não posso casar sem dinheiro
eu vou agora ao banco
porque tenho um mundo inteiro
de dividas, de muitas dividas comigo.


eu te pedi em casamento num futuro proximo, daki a cinco horas*
eu me casei já com vc
mas vc não sabe
porque vc tomou meu remédio da distância
e tomou a cartela toda


eu estou tomando aos poucos...
e aos poucos vou me distanciando
tudo vai perder a graça aos poucos
aos poucos, aos...
poucos...bem poucos, devagar
o tempo escorre devagar nas fendas amorosas
e dói profundamente
e quando a gente sente
ele se foi, vagar...


eu estou tomando aos poucos...
e aos poucos...
quem é vc?

Comentários

Thânia Katiuce disse…
Gostei do poema (:
Espero que seja apenas inspiração de poeta, porque viver essa situação de verdade deve ser barra. De todo modo, o melhor que se pode fazer é tomar toda a cartela também, de preferência acompanhada de um enorme pedaço de chocolate e um copo de coca-cola...rs
Beijão!
Rebeca disse…
haha valeu Thãnia..quisera eu que fosso só inspiração de poeta rs... mas eh a vida, ces't la vie! obrigada pelo comentario, bjus!

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