Bela adormecida.
O risco, o errado... nem minha educação cristã me impede de ser atraída por essas coisas, a minha natureza humana, tell'em that's it's human nature, como disse MJ. Estou sempre recomeçando do jeito errado, retomando um ponto onde parei que já não existe mais pra pessoa, mas eu insisto e as vezes consigo retomar: não importa se já lá vão 4 anos, um ano, meses, dias: eu cismo e vou.
Dois pontos retomados essa semana e nunca me arrependi tanto da costura que se deu na última festa. O que eu tanto queria aconteceu, mas tornou-se logo um peso, uma vergonha, um erro: "Deixa os mortos sepultar os seus mortos" como disse JC. É bem por aí...
Vc quer muito um MP3 player, passa meses economizando pra comprar um, mas quando compra, percebe que no mercado já lançaram um MP20!! e outros bem melhorados que vc poderia escolher, mas estava cega pelo MP3... pois eh, MP3 já era. "Sempre te disse que não era pra vc", disse-me um MP3, após eu tentar usá-lo de novo depois de um ano e uns meses... Os passos errados são minha especialidade, por isso prefiro a omissão muitas vezes. Pra que tentar, mas tbm, pq não tentar? dilema...
Outro passo errado está em andamento... mas deixa. Eu me resolvo. Resolvo? haha... disse-me meu eu interior, conhecendo-me melhor do que eu. Eu me desconstruí após vir pra cá, ou, não sei, tenho a impressão de que apenas deixei aflorar o que tinha por dentro. Então é isso o que eu tinha/tenho/sou por dentro? Desejo, falta de amor-próprio, lascívia, gosto pelo risco, pelo perigo, pelo errado? Não me aceito assim, me condeno, me julgo, me sinto tão idiota. Gostava de mim antes, quieta, calada, vivendo uma vidinha sem sal, virgem, pensamentos e desejos só na cabeça... faltava-me oportunidade pra ser o que sou agora.
Casamento? Tanto faz. Filhos? Tanto faz. Amor? Quero, mas ele não me quer. Tanto faz também. Sendo assim, eu sigo aprendendo a usar e jogar fora também. Aprendendo que a vida não é só vida amorosa – claro, eu sempre soube disso, que clichê, mas é bom me relembrar. Vida afetiva é só uma das muitas facetas da própria vida. É mesmo? Pois é... uma faceta extremamente importante pra mim, pra nós em geral do sexo “frágil”. Frágil são eles, não importa idade ou tamanho, querem a bela adormecida, que espera 100 anos dormindo sem ser tocada, sem viver, sem fazer nada, só para encontrar seu príncipe, enquanto ele estava lá fora, se jogando na vida, vivendo. Bela adormecida? Sinto muito, coração. To mais pra Amy Winehouse, com um pouco de controle, é claro. Porque a vida não é ser famosa nem ter um homem. A vida sou eu. Aprendi isso também, a ser egoísta, egocêntrica talvez sempre tenha sido. Egoísmo é algo novo e perigoso. Mas, não é da minha natureza o erro e o perigo. A idiotice também. Que seja.
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