Ampulhetando
Mandei consertar o relógio que vovó me deu. Mandei emoldurar minha foto de formatura. Arrumei meu quarto, pus ordem nas caixas, no guarda-roupa, na bagunça toda. Ouvi música alta, escrevi sonetos. Colei a foto do Michael Jackson na porta e do Leonardo DiCaprio na parede ao lado, ambos novinhos ainda - sim, ainda tenho os resquícios da adolescência perdida em mim. Tô baixando a música "You give me something", do James Morrison. Meu dente inchou...
Frases no facebook surtem efeito e uma simples pergunta me rendeu um telefonema. Tentei um encontro pessoal pra uma conversa, mas diante da recusa, tudo foi dito e "explicado" pelo celular mesmo. Histórias antigas que se imbricam no que poderia ser a promessa do novo. Histórias que eu não sou obrigada a entender, e nem o outro a explicar.
Eu choro ainda, não pela perda da promessa ou pela perda de um amor, mas pela perda do respeito, da possível amizade e da lealdade. "Me esquece" eu disse, e apesar da dor e tristeza, senti um profundo orgulho de mim por ter sido firme. Bravo! Só eu sei o quanto isso me custa...
Estou aqui, menos idiotizada, com menos raiva, mais "relax". James Morrison, Jamiroquai, Travis, Train, tudo bem, é assim. Dessa vez não é simples conformação, é auto-conheciemnto e aceitação que vem com as tempestades da vida. Passou a minha "Virtual Insanity", e quero deixar pra lá; não olhar fotos ou perfis.
Ainda há um fato a aacontecer, e não sei quando há de ser, que é o que mais me preocupa. Será? estou na fase da reflexão e desapego, não desapego de não estar nem ai pra nada ou ninguém, mas no desapego daquilo ou de quem eu não devo, ou não posso, simplesmente. Não sei se é certo ou errado não mais insisitir, mas é o meu certo agora.
Tenho dado aulas ruins, e isso precisa mudar. estou sem motivação e preciso encontrá-la por mim mesma. É legal, mas é uma tarefa árdua que sempre tive que encarar nessa vida: encontrar o meu bem-estar, um lugar ao sol, ainda que sombreado, tudo por mim mesma. meus filhos, se os tiver, terão outra vida, mais facilidades, mais regalias, e já sinto inveja deles, sentimento do qual preciso me livrar. Preciso ser melhor: melhor professora, melhor colega de trabalho, melhor amiga, melhor vizinha, melhor comigo mesma.
Recebi um comentário interessante num poema que postei no recantodasletras. A pessoa disse que via q eu, ainda a sofrer, continuava amando. É isso mesmo. Não, não amo especificamente alguém, mas amo porque o amor está em mim, se é que dá pra entender isso que sinto. E é isso mesmo.
"And I won't sleep tonight!" ("Animal" - Neon Trees). Bye!
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