Coisas irresolvíveis
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Tinha o teatro, as férias. Tinha tudo e mais um pouco, só não tinha dinheiro, essencial. Tinha os destinos: Ouro Preto, São Paulo, Rio de Janeiro, Petrópolis. Pra onde ir? O que fazer? Como se resolver? Onde estava a ajuda, além da divina, sempre lá?
Aí tinham as reações do corpo: sonolência excessiva, coceiras, vermelhidão, a gata que arranhou, dores nas juntas, tudo. Aquela dor de dentro nem contava, já fazia parte de si.
Depois vinham as dores psicológicas: o peso na consciência, mal-estar, raiva, trsiteza, sensações infindamente torturantes e angustiantes, para as quais não há muita escapatória. O que fazer? Pedir perdão ou antes perdoar a si mesma?
Havi o corpo, o externo do corpo, ainda: vestir-se bem, ficar bonita, era bonita, pra que, pra quem? Não ligava a mínima, queria era ser mais inteligente, sagaz, perspicaz, queria saber todas as opiniões, ler todos os livros, fazer artigos, teses e dissertações, mostrar o cérebro antes do corpo. Mas o corpo eram os bois que puxavam seu carro. E aí estava, queria mudar isso.
Tinham as cobranças externas: mude, seja simpática, sorria, esteja de bem com a vida, divirta-se, se dê sem censuras, cuidado com o que vc faz, use cores, use decotes, usa calça jeans bem justa, escove esse cabelo, se depile, etc etc... Putz, sou mulher não mais teen. Tantas coisas contraditórias... tanta coisa que não sou eu, a little bit. A little bitch.
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