Ars


Sinto que amo
sem vírgula nem aposto
aposto no futuro
do pretérito,
subjuntivo
tão subjetivo é
esse amor

Rebeca Melo, eu :)

Somos completamente antisociais. Ficamos perdidinhos, não sabemos se um, dois ou três beijos, se abraça, se só aperta a mão. Etiqueta, nos interessamos, mas só como arte a estudar, não como prática a exercitar. Moda, conceitos, decoração, poesia, literatura, pinturas, desenhos, quadros, entendemos de tudo um pouco. Altamente sensíveis, sabemos ouvir muito mais do que falar, porque nos falta a habilidade de boa comunicação oral, apesar da nossa ânsia por essa comunicação, que acaba saindo em forma de arte, das mais variadas, desde grafite ao ballet. Nossa arte é nossa fala. 

Mas tem as crises: de identidade, de nervoso, estresse, esquizofrenia, bipolaridade, distimia, depressão, tão comum a nós. Alguns tem pouco ou nenhum controle sobre isso. Se matam. Cortam a própria orelha. Tomam veneno. Apunhalam o próprio peito. Ou até mesmo continuam (sobre)vivendo. Sinistro...

Acreditamos em silêncio em Deus porque só sabemos explicá-lo para nós mesmos, no silêncio de uma tarde chuvosa, produzindo. Sempre produzindo. 

De repente hoje, cansada, subindo meu morro antes de chegar ao apê, como de costume, percebi que estou desse lado de cá: não vou receber flores ou ser musa inspiradora de poemas; não inspirarei músicos ou grandes feitos heróicos. Eu que farei tudo pela outra parte... mas sou mulher e quero esses mimos; sou também o que somos: artista(s). 

Boa noite.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pressão

Café frio

Profissão perigo