Abaporua!
Acredito na lei da compensação, relatividade, ou seja lá o que for. portanto, nesse exato momento, onde quer que a linha de Viçosa vá parar, até do outro lado do mundo, tem algum(a) asiático(a) escrevendo em seu blog sobre como é feliz e tudo em sua vida caminha bem; como tem um bom emprego e este lhe dá condições suficientes para se manter e inclusive adquirir produtos tecnológicos de ponta, além de roupas e tudo o mais que se queira; que sua família vai bem e sua saúde está ótima; que está em um relacionamento dos sonhos...
Parece loucura pensar, mas dá impressão que o que rege o mundo é uma balança: quando ela pende para um lado, o outro sobe. Pessoas felizes de um lado, o caos e a miséria do outro. Até mesmo a Bíblia diz que sempre haverão pobres sobre a terra (...). E parece-me mais, que sempre estarei nessa estatística dos pobres... estigma.
Médicos do SUS de férias; falta de omeprazol na rede pública; salário, já pouco, sempre demorando a chegar; bolsa de monitoria totalmente presa por dívidas em um banco privado; trabalho estressante e desgastante, retorno pouco; e assim vai, enquanto a pessoa asiática, nesse momento...
As coisas sempre vêm assim, uma bagagem trocada com alguém, de coisa ruim. Depois a bagagem é trocada, vem um pacote de momentos bons. Só que quando a gente está com a bagagem ruim, ela parece durar uma eternidade. E os momentos bons, vendaval. Mas espero, espero em Deus, querendo não reclamar mas remoendo sempre uma coisa aqui e ali. Passei por uma locadora hoje e vi num cartaz o filme "Pesadelos do passado": fiquei com vontade de ver, o título fala de mim. Aí penso, será que sou só eu que fica martelando coisas do passado na cabeça? Que ainda sente dor quando lembra de coisinhas, detalhes que doem, mentiras pequenas e catastróficas contadas, enganos, etc? Só eu que quero ainda matar uns e outros? É, eu, cristã, com desejos de vingança. Ninguém é perfeito, eu muito menos. Só tentando não ficar muuito deprê com a vida. Life is soooo hard e é tão injusto certas coisas acontecerem. Só tô muito cansada.
Aguardo o prêmio do concurso de literatura. Não, não ganhei, mas estou esperançosa; é uma grana das boas! Quanto a mudar de rumo no mestrado, não sei porque não tenho tido tempo para ler sobre poesia, e seria um passo quase que maior que minha perna, nunca fiz nada no campo. Me sinto assim, Abaporua: a cabeça pequenina, sem produtividade, enquanto o corpo se torna gigante, preenchendo o espaço. Preencho espaços ultimamente. Nada mais.
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