A mulher de trinta - parte I
Dizem que o ano em que se completa 30 anos, para uma mulher, é um período de muitas mudanças, transformações. Pois bem, este é meu ano e assim está sendo.
A primeira mudança foi ter um namorado. Sim, eu nunca soube o que tal coisa significava até setembro do ano passado. Coincidiu com a época em que tomei uma decisão bem radical de parar de gandaiar e voltar de vez pra igreja. logo em seguida, Bruno apareceu e por isso muita gente deve achar que foi por causa dele que parei, mas não foi. Acho que meu ano Balzaquiano começou naquele setembro. Passei uns 5 anos da vida correndo atrás das pessoas que nunca puderam me dar o que tenho agora: amor e estabilidade emocional. Nesse ínterim, sofri muito, amei sim, de verdade, mas sempre na hora errada. Creio que não eram pessoas tão erradas assim, mas não eram pra mim. Erraram muito comigo e eu com eles nessa busca insaciável de amar. me entreguei as prazeres puramente corporais, e foi só o que consegui. Estou ainda no processo de aceitar isso, mas indo bem. O processo de autoconhecimento é como uma análise da vida quando se tem uns 80 anos, você se lamenta pelo que fez e o que não fez, chora ainda por dores do passado, mas sabe que tudo foi necessário para que você estivesse onde está agora, exatamente nesse minuto. E o destino não é aleatório.
No início estávamos bem, empolgados, apaixonados até, os dois no mesmo processo de se firmar na igreja, mas cometendo os deslizes de sempre, do tipo dormir juntos com frequência. Várias vezes. Com culpa. Terminamos até por causa de diferenças no pensar, no agir, no falar, nos planos. Terminamos por um dia porque não aguentei e fui atrás. Já aprendi que não sei viver sozinha e, nem que fosse por uma noite, precisava estar com alguém, por isso tantos ficantes tive. Voltamos. Brigamos muito, apontamos defeitos catastróficos um no outro, nos acusamos e ferimos. Até que resolvemos dar um jeito e ficar mais amigos e menos amantes. Depois de cerca de 4 meses levando um "namoro santo", vem a segunda mudança...
Há algum tempo já eu tomava pílula. Comecei, de verdade, para controlar a menstruação excessiva e dolorosa e ajudava também na função principal de controle de natalidade. Em fevereiro desse ano, não pude comprar a cartela do mês e, como estávamos "santos", não liguei muito, esperaria a próxima menstruação para recomeçar a tomar. Março veio e nada. Pensei, "deve vir no início de abril" ... nada. Maio, neca. Ainda em abril, fiz uma endoscopia depois de três crises de dores estomacais fortíssimas. Resultado: gastrite e bactéria a ser tratada no estômago. Omeprazol ad eternum. Por cerca de um mês tive enjoos, agora imagino que não por causa da endoscopia, como pensei na época. Junho chega e a falta de menstruação começou a me preocupar cada vez mais. Resolvi madrugar pra marcar ginecologista e valeu a pena, apesar do susto: estou grávida.
Foi meio assim: Entrei no consultório e falei da suspeita de gravidez - claro que pensei nisso - perguntei se tinha como fazer o teste, a médica disse que sim, mas pediu pra me examinar primeiro. Ok, exames de rotina, aquela coisa constrangedora, mas tudo bem, normal. Bom, ao tocar meu útero, ela teve certeza: "É, voc~e está grávida mesmo!". Levantei a cabeça e só disse: "Sério??" e danei a chorar. "Vamos ver se dá pra ouvir o coração do bebê" a médica disse já colocando um aparelho sonoro na minha barriga. Uns ruídos estranhos vieram dele e batidinhas de coração logo apareceram: "é o coração do bebê" ela disse. Eu chorava, tentando me controlar. Ela mandou eu me vestir, chorei um bocado lá no banheiro, acho que susto mesmo, medo, tudo. Conversamos, ela pediu vários exames, voltarei no próximo mês. Saí de lá chorando pela rua, com vergonha, com medo, com ...tudo. Sabia que Bruno estava em aula e mandei a mensagem: "Tô grávida =/" com carinha e tudo.
Ainda tá caindo a ficha, mas tem a segunda parte em outro post, porque o sono tá demais. Boa noite!
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