Alea jacta est - ou sobre machismo e humanos


Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu és o Senhor Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração.
I Reis 18:37

O tema do Encontro com Fátima era quem deve pagar conta, homem ou mulher. Aí a maioria das mulheres ditas independentes e modernas acha que o homem DEVE pagar a conta num primeiro encontro. Regina Casé levantou uma questão interessante, apesar de ter respondido também que o homem DEVE pagar: e se o encontro for entre duas mulheres ou dois homens? Nesse caso, DEVE pagar quem convidou, não importa se homem ou mulher. 
Namorido aqui em casa está desempregado, eu pago tudo. Isso tem pesado, mas eu entendo a situação, vamos levando. Está difícil ainda mais por causa da bebê. Ainda bem que namorido não é muito de sair, apesar de ser muito de comer #maldade :p
A discussão no Encontro tomou um ar divertido, leve, mas acho estranho. Quem paga é quem tem o dinheiro, e na nossa sociedade ainda tradicional, mesmo que no pensamento, é o homem que tem o poder monetário. Muita mulher ganha mais que homem e pode pagar hoje. Tudo pode ser acordado. 
Um caso em que o homem paga tudo e inclusive faz compras de supermercado foi aplaudido. É, o homem DEVE ser o provedor? Não gosto da ideia de viver como madame, mesmo porque uma separação pode acontecer e a mulher se vê desemparada. Todo mundo tem que ser independente financeiramente a ponto de poder pagar contas sem constrangimento, ponto. Acho, só.
Depois eles passaram a falar de moda. Eu adoro esse assunto, sempre assisto Esquadrão da moda, só que acho que na moda também reside independência e liberdade. O Esquadrão, por exemplo, esquadra demais as pessoas... E é isso que todo mundo acaba achando do cristianismo. Mas o que parece escravidão é liberdade; senhorio de Deus, como eu disse em post anterior. 
Penso na minha filha, na verdade, em como já nascemos com alguma coisas determinadas. A liberdade que algumas pessoas almejam é caótica; o que importa é ser feliz é uma expressão perigosa até. nascemos com nome, com cores que podemos ou não usar - rosa, meninas, azul, meninos - e nessa discussão de gênero que tem hoje além de por em cheque tudo isso, caotiza tudo. Tudo bem, direito humanos. Mas onde vamos parar na discussão do que é normal ou não, certo ou errado? O que se quer hoje é exatamente quebrar essas normas e nomeações, é anarquia até certo ponto, é querer dissolver normas e leis rígidas consideradas demais. Acho que precisamos das leis para haver ordem. Precisamos também reciclar pensamentos e ações mais do que modificar as leis que parecem nunca vigorar em nosso pequeno grande país. Mudar as relações humanas e com os animais também. Porque se pensarmos bem, não colocaremos nenhum filho nesse mundo com tantos perigos, tanto capitalismo, tanta injustiça.
Mas Lídia já está a caminho, já respondendo ao som da nossa voz e ao carinho na minha barriga. E desde já tem um estatuto para si. Não acho absurdo o Estatuto do nascituro como não acho absurdo uma mulher não querer filhos. Absurdo é o fato das pessoas almejaram uma liberdade sexual tamanha que lhes dê o direito de optar pela vida ou morte de um feto porque ele veio na hora errada. Claro que há casos e casos, mas... Façam laqueadura, ligadura, sei lá o quê, retirem o útero, mas evitem a prática do aborto, por Deus. Entendo o pedido de descriminalização do aborto, mas temo - e pode acontecer - que o aborto se torne método contraceptivo. sei que as pessoas que pedem a descriminalização são inteligentes o suficiente para colocar aí as condições em que um aborto pode ser realizado, e que ele não seja oferecido indiscriminadamente. Enfim... direitos humanos que acabam passando por cima dos direitos de outros humanos, ou de humanos ainda não totalmente formados.
Uma aluna minha de 13 anos outro dia disse que não quer ter filhos porque leu em um livro de biologia que o feto é um parasita dentro do corpo da mãe. Espero que ela tenha lido somente uma parte pequena e que o resto do livro ou do texto explique-se melhor, esclarecendo a analogia feita. 

A vida é difícil e ainda mais difícil é pensar e decidir o que ensinar, como ensinar ao filho. A gente quer protegê-lo de tudo, mas aí lembra que aprendeu muito e superou erros e medos através do próprio erro. O erro dói e nos filhos queremos evitar toda dor possível. Mas começamos a morrer, envelhecer e sofrer no momento que nascemos. Que Deus esteja sempre perto e nos guie, amém. Bye. 

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