Renovação
AS ROSAS NÃO FALAM
Cartola
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim
Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai...
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhar os meus sonhos
por fim
Detrás de um computador novo me encontro neste momento, preenchendo diários escolares e de repente, não mais que de repente, resolvendo reativar este blog. Muita coisa se passou desde a última postagem e não espero que chovam leitores, já que os tempos são outros. Espero, contudo, me expressar unicamente. Ou unicamente me expressar.
Chegou novamente um dia dos namorados e, desta feita, eu casada, já não sinto aquele mal estar que sempre me acometia nesta época. Não porque ganhei presentes ou tive um dia especial, mas lembrei com pena de mim mesma e certo alívio pelo presente, que eu sentia uma angústia enorme, a tal da solidão solidamente fincada no meu peito. Lembrava sempre do fulano da vez, apesar de que eu nunca fui a fulana da vez de ninguém. Graças a Deus isso acabou quando conheci Bruno. Até brinquei com ele hoje que ele nunca me deu uma aliança de compromisso, que a aliança que ele me deu foi a nossa filha Lídia.
Nao tivemos essa paixão avassaladora que muitos vivem e até hoje, cinco anos de relacionamento (três desses de casados) estamos nos conhecendo e aprendendo a aceitar e amar mais. Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença... vivemos alegrias, porém meu amor tem sido constantemente posto à prova nesses últimos meses. Ou melhor, minha lealdade. Minhas escolhas também. Se eu fosse dar detalhes de tudo que já passamos ou já passei, muitos apoiariam uma separação. Eu sei. E teriam razão. Mas a minha razão diz que fiz uma escolha e não sou de desonrar compromissos. Esses dias mesmo estou uma pilha de nervos por ainda não ter entregado todos os diários.
Já pensei várias vezes em desistir, em como seria bom se estivesse solteira. Ou só com minha filha, o céu!! Porém eu nunca soube ser solteira, nunca soube me amar, me ver, e o casamento tem me feito esse bem. Temos passado por muitas provas, alegria e tristeza, saúde e agora doença. Pobreza já é o normal, será que depois virá a riqueza? Assim espero. De saúde, de espírito, de dinheiro também. Não e abalo com esses tempos de crise, me preocupo muito, porém sei que tem alguém maior do que tudo isso cuidando de nós.
Recebi fgts esses dias. Hoje aproveitamos esse dinheiro para comprar coisas que eu precisava, dentre elas, este notebook e um par de alianças. Casados e sem alianças até hoje? Sim, apesar das fotos das nossas mãos no dia do casório estarem com "falsas" alianças. Explico: quando casamos estávamos sem fundos e compramos alianças baratas, tipo anéizinhos imitações de alianças. A minha ficou larga e escureceu, a dele apertava e não conseguia usar, também escureceu. Eu sempre senti falta de um par e nas de hoje até gravamos nosso nome e data. Na hora de falar a data, até me deu um branco! Dezenove de julho de dois mil e catorze. Mês que vem completamos três anos.
Ainda falta consertar muita coisa no nosso relacionamento e na vida dele, que agora se viu obrigado a cuidar da saúde. Sim, obrigado, porque antes eram dois a três litros de refrigerante por dia, salgados, refeições fora de hora, cansaço e irritabilidade altos. Resultado: glicose alta no sangue, pré-diabetes. Aquela pessoa sorridente e simpática aos poucos sucumbindo: sem trabalho, sem ânimo, sem nada. Foi preciso um susto grande para que ele acordasse e pensasse em si, no mal que fazia a si e a família. A passos lentos, com paciência, agora estamos em reeducação alimentar, estamos porque todos aqui precisamos disso. Eu, que estou na minha fase de transição para uma alimentação mais vegetariana, ele com um regime restrito para controle de açúcares no sangue e para baixar peso, com indicativo de cirurgia bariátrica. E a nossa Lídia vai entrando também porque gosta muito de docinhos e porcarias. Culpa dos pais!
Aí a parte financeira ficou totalmente por minha conta agora. Estou trabalhando em dois turnos, 16 turmas, 32 aulas por semana, um dia de folga e muitos sábados para pagar a greve que fizemos. Apesar de não concordar com esse pagamento, vou. E uma launa me perguntou outro dia porque eu escolhi ser professora. Eu disse que não escolhi, que "aconteceu"... e o que vc queria ser, ela retrucou. Aí eu fiquei sem resposta. Escolhi sim ser professora. E na sala dos professores, a conversa foi que tem que gostar muito de dar aula para ser professor. Bingo!
Boa noite!
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