Frustrações
"A emoção impediu qualquer resposta.
João afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, ficou lisa. A estatura regrediu. A cabeça se fundiu ao corpo. As formas desumanizaram-se, planas, compactas. Nos lados, havia duas arestas. Tornou-se cinzento.
João transformou-se num arquivo de metal."
(O arquivo. GIUDICE, Victor. fonte: http://www.releituras.com/vgiudice_arquivo.asp)
É difícil lidar com as própria frustrações pessoais, que dirá com as do mundo. Tenho inúmeras frustrações nesse momento, oriundas da expectativa não alcançada. E em relação a tudo: financeiro, relacionamentos, profissional, justiça no mundo, justiça a mim. Entendo, pois, os suicidas: como fazer quando tudo que você afirma e crê vai contra a maré? Quando teu trabalho não te dá retorno algum? Quando fazer o bem parece não estar na sintonia do resto do mundo? Quando dar gratuidade ao teu trabalho é visto como estranho e louco? Quando fazer críticas é considerado mi-mi-mi? enfim. etcs infinitos...
Ser mãe te torna um alvo atrativo para os pitaqueiros. Se você fala de seus problemas, é reclamão ou quer conselhos, quando na verdade você só queria ser ouvido mesmo. Você acompanha tudo, é modinha; se não acompanha, é velho. Se agrada os alunos, é bobo; se pega no pé, é rígido. Por isso muitas pessoas se fecham, ou vão se fechando aos poucos, a ponto de não a reconhecerem mais. Ora, é tanta coisa errada, para que se abrir, se dar? Você se fecha e nem se reconhece. Conhecer a si mesmo é complexo. Descubra o que você gosta! dizem... mas quem pode se dar ao luxo de parar tudo e pensar no que quer? As contas vão chegando....
Nenhum de nós vai realmente cumprir as metas de fim/início de ano: emagrecer, exercitar-se, etc As coisas a se fazer são verdadeiros trabalhos hercúleos. Ninguém tá parecendo realmente a fim de mudar os hábitos alimentares em prol da preservação da natureza. Pode ser exagero esse "ninguém" porém quero dizer a maioria. Como sei? Não sei, só estou expressando uma opinião a partir do que vejo e sinto isto é, a partir de mim mesma. Minha visão certamente é limitada exatamente por esses fatores que citei, mas é isso. Viva a liberdade de expressão, ainda que haja retaliações later.
Não estou feliz, não estou feliz com nada. "Até quando?" foi o tema da mensagem em um culto a que assisti ontem, e uma pergunta que tenho me feito constantemente. É preciso achar uma escapada, ainda que por cinco minutos. Por cerca desse tempo, conversei com uma psiquiatra e não fiquei melhor, apenas fui lá para escapar um pouco do estresse do trabalho. Comprovante em mãos, voltei. Duas aulas, quadro, giz, chamada, visto, bye tchecher!
E ando devagar, porque já tive pressa. Trago sorriso não.
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