Vida, tempo, poesia
Planejamento, Educonle, extensão de carga horária, aulas todos os dias, sem folga, cinco horários: esta tem sido minha vida corrida na semana. Ah, e aí o computador resolve pifar, depois foi o celular, mas esse recuperado está.
Para não deixar o dia mundial da poesia passar em branco, relembro uma de minha autoria com a qual ganhei o segundo lugar de um concurso de poesias da escola em que estudava, no ensino médio. Isso foi em 2001!!! Ganhei também um relógio que já não tenho atualmente.
Falta
Falta muito?
Muito não sei.
Falta muito?
Pouco, talvez.
Falta pouco?
É, pode ser.
Quem sabe você é louco
o que posso fazer?
Falta quanto?
não sei, decerto
ainda há pranto
com você por perto.
Falta canto,
canto de sereia
mas por enquanto
ela canta na areia.
Falta?
Não, sobra
uma imensa solidão
vazio que destrói a alma
numa boa escuridão
palavras soltas, sem calma
estilhaçam o coração.
Falta muito?
Falta,
pra acabar a ilusão.
Lembro de ter escrito esse poema em uma tacada só, numa tarde, e inscrevi-me assim para o concurso. Não sei se escrevi pensando no concurso, mas pode ter sido. Enfim. Escrevi aqui agora de memória, e esse poema me fala muito até hoje. Lá se vão 18 anos!! E eu estava vivendo o ano em que faria 18 exatamente.
Pensar no tempo que já passou é doloroso, pois olhamos para trás só pra ver o que não fizemos que poderíamos ter feito, e sempre achamos que é tarde. Mas talvez não. Talvez seja só questão dele mesmo, o tempo.
Na verdade, quando lembro da minha idade é que percebo tudo o que não fiz... e acho tarde! Vaidade? Talvez... mas o tempo urge e não pára, é preciso viver e decidir o que agora, sem mais rodeios. É preciso saber quem se é e aceitar-se, ainda que os outros não.
A poesia é preciso.
A vida é preciso.
Preciso viver.
Viver preciso.
Preciosa dádiva divina.
Escalhamaços, pedaços, tudo de mim dou
quando escrevo
Fagulha, centeio, medo
não sei o que sou
e vou vivendo.
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