Processos seletivos
Participei de processos de seleção estranhos nessa vida. Acho que o trato humano com quem está procurando emprego e PRECISA dele - sim, porque quem se candidata e um emprego PRECISA do emprego, e não de ser humilhado -tem que melhorar e muito.
Primeiro de tudo que as informações nunca são suficientemente claras, parece que há algum segredo que só os patrões podem saber, e o clima criado não te dá abertura para perguntas. Com professores, então, vixi, parece que todo mundo adota uma postura de "tá tudo bem, eu sou bom nisso, eu sei tudo, não preciso perguntar".
Curso de inglês: você é enaltecido por ter formação na área, mas se vem o novinho/a que acabou de fazer intercambio, tchau vaga.... (claro, nem todo lugar é assim, MAS... cês sabem, né)
Escola particular: Me deram 10 minutos para dar uma aula e não deixam usar todo o tempo. Eu pedi com muita cautela e muito sem jeito que eu pudesse saber o resultado assim que possível, pois na pública tinha que escolher cargo, para me organizar com os horários no próximo ano. Nem um e-mail negando a vaga para mim foi enviado. Nem falando obrigada pela participação, sendo que no dia da seleção eu cheguei atrasada, pediram que eu fizesse a seleção da tarde, e eu não pude voltar para casa, fiquei andando pela rua sem comer de manhã até o horário da tarde. Respeito, gente! pelo menos uma mensagem de agradecimento pela participação né.
escola pública: passando no concurso, você escolhe a escola. Lá, depois de assinar a papelada, te dão o horário e se vira! depois ficam atrás da porta te observando não para ajudar, mas para acusar disso ou daquilo, e ainda para dizer que você não vai durar muito ali se continuar daquela maneira. Se pudessem escolher, os/as diretores/ras das escolas públicas com certeza não contratariam um monte de gente aí. Aí tentam baixar sua nota de avaliação anual, boicotam seus projetos, etc e etc.
Daí, olhando tudo isso, eu me pego várias e várias vezes pensando em mudar de "carreira", mas passar por novos processos seletivos? Ah, nem, como dizem uns alunos meus. Uma preguiça... daí vou ficando, fazendo o meu melhor, mas com um certo sentimento de fracasso. Acho que esse sentimento tem a ver com o fato de olhar para sua vida num determinado momento em certo ponto e pensar que alguma coisa deve mudar. Alguma coisa, e você nem sabe o quê.
Comecei mudando coisas na casa, mudando hábitos meus, mudando de lugar coisas, evoluindo o pensamento para preservar os ambientes: meio, mental, profissional.
A frustração vem também do não-reconhecimento na profissão: eu nunca vou ter um aumento substancial em meu salário, nunca vou ser "rica" (mas isso eu sempre soube e nunca esperei!), enfim... Vejo colegas trabalhando em várias escolas, e eu não quero. Passo perrengue, mas não vou me matar, nem aguento mesmo se quisesse.
Tem algo acontecendo por dentro aqui que vai me levar a algo maior, ou a algo diferente. O que tenho vivido não está bom. esse tempo de pandemia pode ter sido bom para refletir e quem sabe tomar novos rumos.
Nada está bom. Nada.
Comentários