A dor - parte 2
Quero escrever para deixar registrado. Para que um dia, quando e SE eu tiver um diagnóstico, eu entenda o que me aconteceu nesses dias.
Na outra postagem sugeriram-me tratamento. O meu é pelo SUS, aí já viu. Gosto, uso e confio no SUS, porém sempre demora bastante.
Bom, passemos ao relato do que vem me acontecendo. Acordei na segunda (dia 08) com muita dor na minha querida lombar. Consegui levantar, consegui andar, mas como a dor era muito forte, preferi não ir ao trabalho, fui ao médico do posto. Fui pela manhã e me marcaram à tarde. Detalhe que eu já havia procurado consulta especializada em junho, ao que o médico me passou alguns medicamentos e o pedido de uma ressonância magnética. Estou no aguardo desde então, da ressonância. Enfim, fui ao médico na segunda à trade, expliquei toda situação e ele me deu outra receita de medicamentos, pois eu não tinha pegado os outros da receita anterior, inclusive me prescrevendo nova medicação para injeção. Tomei a bendita depois de sair do consultório com os medicamentos e um atestado de dois dias. Injeção de efeito retardado, não senti nada na bunda ao receber a "picada" mas logo depois fiquei sentindo, dolorido. Dois dias em casa, okay. Na quarta, fui trabalhar andando devagar, mas tive que ir à rua depois, andei um bocado e talvez por isso depois, na quinta, acordei igual acordei na segunda e novamente não consegui ir ao trabalho. Dessa vez, procurei a UPA, por recomendação do próprio médico, em caso de piora. Foi o mesmo procedimento, e dessa vez, falei que tinha passado pela consulta especializada e se por acaso não tinha como fazer ali a ressonância. A médica, uma moça nova de voz forte (poderia ser locutora, fazer podcast, cantar, sei lá) até riu e disse que ali não tinha nem o aparelho para fazer. Me prescreveu nova injeção, porém essa foi na veia.
Pausa para o início de uma tortura.
Desde criança, toda vez que eu ia tirar sangue ou qualquer coisa envolvendo veias, era uma dificuldade achar as minhas com facilidade, ou que elas "pegassem". Tive o desprazer de passar por umas brutas filhas do cão que primeiro espetavam, depois iam procurar a veia, mexendo bastante a agulha dentro do meu braço. No geral, apesar da dor, dava certo e eu saía na boa. Não foi assim dessa vez. Entreguei o braço esquerdo, mesmo sabendo que, no geral, só se consegue achar veia "boa" no meu braço direito. A enfermeira começo a ladainha que ouço sempre, que não achava veia, blablabla, e ai me furou no braço, no pulso e na mão. Perguntou se eu estava com febre, mediu minha pressão, viu que eu estava suando a mão, perguntou se eu tinha medo de injeção. Respondi que não, mas só até aquele momento né pois ela criou esse medo instantaneamente! Doeu demais e as lágrimas inundaram meus olhos. Finalmente ela passou para o outro braço e acabou a tortura. Lá fora, desabei. Chorei no abraço do meu marido e da minha filhota. Chorei de dor e de sei lá mais o que, uma sensação de que fui violada, invadiram meu espaço, meu corpo. Doeu além do corpo.
A jovem médica me deu três dias de atestado, contando o sábado, porque "vai que..." e realmente me salvou, este sábado teria aula nas duas escolas. Graças a Deus. Aqui em BH é feriado na segunda para completar a benção. Com o tanto de medicação, a dor está cedendo. Como eu disse, não me impede de nada, mas é muito forte, é muito ruim, dor nos ossos pélvicos que se espalha pelas pernas, pés. Dói demais. Talvez o deslizamento da coluna tenha evoluído nesses quatro anos...
Hoje, sexta, fiquei extremamente estranha e foi perceptível. Oscilei o dia todo entre estar bem e mal, com raiva e tranquila, libido alta, animada e chorando por qualquer coisa, aparentemente sem motivo. Vi uma partida de tênis, o corpo definido das atletas e chorei. Chorei pelo meu emocional louco, humor abalado, emoções transtornadas. Será a interação medicamentosa? isso porque só estou tomando remédios para dor!
Na verdade tomei uma metformina. Devia? claro que não, mas foi no desespero para funcionar o intestino, meu querido "intristino". Deu certo. Porém só faz funcionar aí em um dia, dois. Depois, nada..
A minha grande questão atual é se tudo isso está relacionado à possível TEA e TAB que posso ter.
Recebi diagnóstico de possível isso ou aquilo? Não. Simplesmente comecei a ler a respeito (TEA) e achei que muitos sintomas batem e explicariam grande parte da minha vida. Ao constatar isso há uns meses, até me emocionei pensando ter finalmente descoberto quem eu sou e por que assim sou. Mas como não estou tendo tratamento ou ajuda imediata, a emoção ficou incompleta e duvidosa.
Uma colega me enviou um vídeo falando sobre bipolaridade e eu a questionei por que, ela disse que era para ajudar. "Ajudar?", pensei, "como assim? Ela acha que eu sou bipolar?" E aí comecei a ler e me informar sobre e vualá, mais uma coisa que posso ser, mais uma identificação. Como essa "coisa" tem alta carga genética, comecei a pensar em minha mãe e meu pai e, meu Deus, pode ser os dois ou um deles ao menos.
Ufa, é isso. E é tanta coisa a mais! A oscilação de humor é o que tenho de principal e sempre me acompanhou. E ainda estou vivendo um ano em que eu decidi investir em uma coisa, mas comecei outra, e uma outra coisa que eu tinha decidido para daqui a dois anos acaba que está em andamento esse ano mesmo. Coisas da (minha) vida.
Espero realmente encontrar um diagnóstico e me entender, entender isso tudo um dia. Amém. Bye!
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