Não à municipalização!

O Instituto de Educação de Minas Gerais é uma das escolas mais antigas e tradicionais de Belo Horizonte, tendo formado inúmeras professoras do ensino infantil/ fundamental I, à época chamadas normalistas. Desde sempre, o Instituto prezou pela qualidade do ensino e conta hoje com muitos professores que também são ex-alunos. O prédio inclusive já abrigou temporariamente outra escola, o Barão do Rio Branco, e para além disso, abriga em si histórias de vida, memórias, dores e amores. Um governo genuinamente mineiro, para além do sotaque, quereria preservar e melhorar um espaço tão rico e representativo da educação, mas infelizmente não é o que vemos no atual. Uma gestão capitalista e empresarial, passando por cima de cidades, mar de lama, Serras, patrimônios de valor imensurável, patrimônio humano inclusive, que o digam os professores! Uma gestão que não preza pelo diálogo, mas pela imposição; uma liderança que não gesta, mas demanda; não conversa, exige; não ouve, só fala. As normalistas se foram, vieram os tempos de faculdade de pedagogia e ensino infantil. A pré-escola se foi igualmente e com muito custo, o ensino fundamental I se manteve até então. Para o próximo ano, pasmem, não haverá vagas para o primeiro aninho. A ideia é deixar o fund I para a prefeitura, e transformar o ensino médio em integral em todas as escolas. Se a ideia de integral parece boa para "tirar o jovem das ruas", por outro lado esse mesmo jovem quer e precisa trabalhar, são poucos os que, aos 15 anos não precisam ou não querem e podem fazer essa escolha. Já há escolas de bairro com ensino médio integral, o que gerou uma perda grande de alunos. O ensino básico e médio na escola pública sempre foi alvo de ataque da elite que não quer que o pobre suba ao seu nível. Tacham-nos de incapazes, mas são tantos ataques que se pensarmos bem, deve ser o medo de que descubramos nossa força e capacidade e consigamos subir. Por isso também os governos de esquerda são alvo de ataques de pessoas "conservadoras", que querem conservar somente o que é seu; o SOCIAL, o COMUM que se dane. Precisamos entender essas nuances, essas estratégias, essa sordidez. Entenderemos tão somente com EDUCAÇÃO. Longe de DOUTRINAÇÃO, é a conscientização que salva nosso país. O país é de todos e todos devem ter sua liberdade de escolha preservada, portanto que seja assim desde a escola pública, sem falsidades, sem subterfúgios para esconder o que não está bom. É preciso expor, admitir, tocar na ferida para curar e evoluir. Isso é educar! Queremos (quero!) que os alunos, acima de tudo, SAIBAM das coisas. Saibam o que é consciência de classe, direita, esquerda, elite, capitalismo. Que saibam que existe uma elite dominante que os quer ignorantes e que sirvam somente como mão-de-obra. Que eles escolham, seja o lado que for, SABENDO, COM CONSCIÊNCIA do que fazem, sem se deixar levar pelo grupo, pelo namorado ou namorada. Que façam escolhas por si, que sejam autônomos! Isso é educar! Que sonhem não só em finalmente terminar os estudos na escola, mas também com viajar, cursar faculdade, ser, conquistar, SER não só TER. Conhecimento é poder!

Por tudo isso e muito mais, como mãe de aluna e professora, digo NÂO AO FECHAMENTO DO FUND I NO IEMG E NAS ESCOLAS ESTADUAIS. Não a municipalização do ensino fundamental. Não ao sucateamento de escolas estaduais. Não a calar nossas bocas com novos computadores, mas salário defasado! Não Sô Zema, NÃO!

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