Sobre a vida
Estou tentando (sobre)viver, mas não consigo. Não quero empreender, não sei vender, não quero mostrar toda minha vida no youtube. Mostro aqui, escrevendo, mas pouco se lê, ao menos em nosso país. E se quero ser lida, o que tenho a dizer? Não sei, mas já digo muito aqui.
Gostaria, nesse exato momento, de parar de trabalhar. Isso mesmo. Cheguei no meu limite, não posso parar e tenho medo do que me possa acontecer no exercício do trabalho no dia a dia, medo de surtar. Chega. Mas financeiramente não posso. Chega. Mas não posso. Chega.
O quarto compromisso é dar o melhor de si em tudo que se fizer. Não consigo dar o melhor de mim por um trabalho que já parei de exercer emocionalmente. Estou no automático. Não posso, financeiramente, mas já parei por dentro; pudera eu tirar um ano sabático, coisa para poucos.
Tirar um ano para finalmente ser quem sou e mostrar a que vim nesse mundo: escrever publicar. Viver disso.
Por que os sonhos não realizados se avolumam? Porque inconscientemente os alimentamos. Lá no fundo, mesmo ignorando-os, eles acabam por crescer ainda mais. Vou explodir qualquer dia, esse é meu medo.
As amarras que me prendem não existem, mas são fortes o suficiente para continuar me mantendo presa, sempre presa.
O tempo está passando. E agora, José?
E agora, nada. Vou seguir, doente e incapaz, meu trabalho. "Você está muito nova ainda!" e daí, se já me sinto pronta para aposentadoria? Por isso evito contar aos outros meus problemas. Sempre que arrisco fazê-lo, a pessoa começa a despejar conselhos, no geral, clichês e inúteis. Parece que existe uma obrigação de dar conselhos e opiniões, ninguém simplesmente ouve. É só ouvir.
Eu quero parar, apenas. E falar, apenas. E viver de escrever, apenas.
Fiz o concurso, espero respostas. Eu tive a ilusão de que tudo ia mudar logo, mas vou ter que encarar mais um ano do mesmo, da mesma vida, da mesma coisa.
Eu quero sumir. Bye.
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