Be your own hero - seja seu próprio herói
Percebi claramente hoje que estou em outra fase da minha vida. Ou talvez em outra fase dessa "doença" misteriosa que tenho. Se for a bipolaridade, talvez seja outra ciclagem, e tenho vivido várias, muitas vezes no mesmo dia; aliás, é bem comum que seja no mesmo dia, esse seria meu dito "estado normal". Se for qualquer outra coisa, sinto estar evoluindo, "piorando": os barulhos me incomodam cada vez mais, procuro sempre paz, quero cada vez mais a minha casa (aquela em que ainda moro e aquela que está por vir, em construção a ser entregue), detesto certos trejeitos e jeitos das pessoas, olhares de deboche, gritos, barraquice, falsidade, eu vejo tudo isso como água, só não tenho reação.
Enfim, sinto uma nova fase, seja lá o motivo que tiver. O Evangelho da Graça e a Libertação me tomaram por completo. Aromaterapia, sustentabilidade, alimentação saudável, veganismo, produtos de limpeza e beleza veganos e sem plástico, decoração: eis meus interesses atuais, apesar de que hoje, especialmente hoje, precisei comer pão com presunto e queijo, tomar leite condensado. Depois de tomar no rabo (tomei uma medicação por injeção intramuscular), senti que precisava fazer isso, umas besteiras. E pensar que hoje antes de ir ao médico, comi uma panqueca recheada com couve-flor refogada. Toda orgulhosa de comer algo vegano e um pouco mais saudável, de repente à tarde depois da consulta, fiz isso.
O fato de ver que não estou conseguindo ficar bem apesar dos meus esforços me frustra profundamente. Eu queria ter o controle, queria que isso estivesse sim nas minhas mãos. Até li uma frase hoje cedo que dizia "Nobody is coming to save you. Get up. Be your own hero". Me deu um ânimo, mas pensando bem, bem mesmo, em mim, comigo, na minha realidade, não basta fazer algo, eu preciso, vergonhosamente falando (porque me envergonha, já que eu achei que nunca precisaria) talvez de medicação, de exercício físico diário, de boa alimentação também, mas sobretudo, do psiquiatra. Está no DNA, não é? Saber muito sobre as coisas, gostar de estudar, de obter informações e estar plenamente consciente de si e do mundo não me exclui de ter algum transtorno, algum deslocamento. Morro de medo de começar a ver ou ouvir coisas que não são reais, ou que me prejudiquem. Sempre morri de medo de drogas, deve ser por isso. Não quero sair da realidade, só quero viver na minha paz.
Todos os dias sinto muito sono, vontade de fazer nada, sonho de hibernar, apesar de que sei não ser possível, mas se eu fosse milionária, investiria numa pesquisa a esse respeito, se seria possível induzir hibernação no ser humano, sem ser via coma. criogenia, não é? Criogenia... Tenho fascínio pelo sono, sempre gostei demais de dormir. Diz minha mãe que nasci dormindo, não chorei. Chegaram a achar que eu tinha algum problema por ser miúda, olhos miúdos, mas eu não tenho... pelo menos não foi diagnosticado até hoje, e é desse diagnóstico que estou em busca no momento.
Estou em um estado esquisito a cada dia, como se fosse efeito de medicação, mas não é. Posso acordar bem, daqui a pouco estou irritadíssima, depois estabilizo de novo, daí preciso dormir à tarde, nem sempre dá.
Estou vivendo, estou fazendo o que dá por mim, mas voltei lá ao início, não consigo ficar 100%. Consigo enganar, sou com certeza uma depressiva funcional, vou levando minimamente bem. Eu funciono, minimamente. E passa despercebido por todo mundo, só os mais chatinhos e curiosos que as vezes se aproximam para perguntar se está tudo bem. E aí eu já criei meu próprio bordão: tudo é muita coisa. Bye!
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