Rebeca Melo

  Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Sabará-MG. "Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito [...] o que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem." (Mateus 15:7, 11). Tem sido difícil frequentar igrejas nesses últimos tempos sem perceber os discursos de obrigação, de pressão. Tem que isso, tem que aquilo: dar o dízimo, oferta, participar de campanhas, ir aos cultos, mostrar presença. Pegam a Bíblia, lêem qualquer passagem falam o que está já determinado em um caderninho de pregações. Tiram a espontaneidade da Palavra, a alma, o que a mensagem, que se renova sempre, quer transmitir naquele precioso momento. Gritos no microfone, português duvidoso, apelo a ir aos cultos e ouvir mais o pregador do que à própria Palavra.  A única exigência de Cristo foi crer, ou eu li e entendi errado? Tem-se feito uma confusão! e é tanta pressão que acho que muitos saem porque não conseguem se encaixar em tantas exigênc

  êh ôhôh vida de gado! povo marcado, êh! Povo feliz! Vi um gato morto ontem, o rosto desfigurado. Não olhei muito, mas me compadeci, tive vontade de retirá-lo dali ou pedir alguém que o fizesse, só não tive coragem para nem um nem outro. Fui embora. Pensei em ir ao cinema ver Moonlight ontem mesmo, para relaxar, estava caída, triste, coisas da sala de aula. A constatação de que, por melhor pessoa e teacher que eu possa ser, as minhas ideias, ainda que ditas e claras, não necessariamente vão penetrar e fazer parte daquelas vidas e pessoas que encontro uma, duas vezes na semana. Devia ter me dado conta disso antes, já tinha me dado, mas a cada ano, a gente precisa reunir forças e acreditar no melhor para continuar. Ou não. Voltei ontem, inclusive, a pensar num escape, numa outra coisa para fazer. Botei meta: 10 anos. 2025. Que fazer até lá? Trabalhar e aguentar certas coisas, certa feita, certas situações. Lutar, lutar sempre! abraçar as causas, as greves, que sempre apoiei, e apóio.  V