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Mostrando postagens de 2020

Faca, Jo Nesbø

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 CRÍTICA - livro Faca, Jo Nesbø    Conhecer o trabalho de Jo Nesbø foi um achado e um alento nessa pandemia e fim de ano - eu ia dizer fim de pandemia, mas mesmo com a vacina, não se sabe né. Um achado, um alento e um sofrimento também. explico: há uns meses venho tentando escrever para valer, montar uma coisa bacana, e cai-me em mãos esse livro magnífico, Faca . Pensei, "opa, vai me ajudar a construir minha própria história ficcional!" mas ao me deparar com toda a complexidade da trama, pensei "desisto! jamais vou escrever assim, como ele pensou nisso e naquilo, como uma história dessa sai da cabeça de alguém?".  A estória realmente surpreende. parece caminhar para um determinado desfecho um tanto óbvio, mas faz um desvio tão brusco nos acontecimentos que a gente até perde o fôlego, assim como o protagonista já conhecido da coleção, o detetive Harry Hole.   Faca é o último livro escrito da série do detetive. Não sei se será o último - estou nas últimas páginas, ta

Carta pelos 300 anos de Minas Gerais

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  Belo Horizonte, 02 de dezembro de 2020 Oh! Minas Gerais Oh! Minas Gerais Quem te conhece Não esquece jamais Oh! Minas Gerais Caros cidadãos mineiros, Meu nome é Rebeca, tenho 37 anos e sou professora de inglês da rede estadual de ensino público, em Belo Horizonte. Não sou mineira, nasci na cidade serrana de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Pequena ainda, me mudei com meus pais e irmão para a grande São Paulo, onde permaneci até 2006. Nesse mesmo ano foi que comecei a conhecer Minas: me mudei para a cidade de Viçosa para estudar na Universidade Federal de Viçosa, onde me formei em Letras em Janeiro de 2011 – “Dias na raça, noites no grau, em Janeiro meu diploma é federal!” e assim foi. O paraninfo de minha turma foi o então presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva, cuja mão tive a honra de apertar na cerimônia de colação de grau. Tudo foi muito grandioso durante a minha vida acadêmica, mas, uma vez formada, as coisas mudam, acordei da Matrix, por assim dizer. Já estava leciona

Caos e por que as coisas não mudam.

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Sinto que não trabalhei esse ano, apesar do ensino remoto, à distância. E apesar de estar trabalhando ainda, pois o ano letivo, iniciado em maio, ainda não terminou. E não sei quando vai terminar. Sabe qual era o certo? o professor fazer seu planejamento e usar o livro didático. Todos os alunos têm o livro didático, seria uma forma de incentivar o uso. Mas para variar, não fomos consultados sobre nada, apenas avisados e seguimos o plano já que não havia mesmo opção. Aí tem aluno que não fez as atividades, não enviou pelo google classroom, nem pegou o pet na escola, já que não havia papel na escola para imprimir, sinto que foram poucos os que pegaram e agora que estamos preenchendo os anexos sobre cada um, quem fez o que, aguardamos essa informação da escola para ver quem está com os pets impressos. Enfim.  Os feriados não fizeram nenhum sentido esse ano, os finais de semana, nada. Ao menos para boa parte da população e para mim, não fizeram. Costumava usar essas dias para estar em casa

Sonhos e ansiedade

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Todo mundo diz que Deus não dá prova maior do que possamos suportar, acho que está escrito na Bíblia também. "Porque meu jugo é suave  emeu fardo é leve" disse Jesus. Sofremos, choramos, mas vencemos, suportamos.  Será a mesma coisa com sonhos? Fico sofrendo com certos sonhos que acho impossíveis, mas se eles estão na minha cabeça não é por que é pra ser? é por que vão se realizar, é porque é para mim? Pois eu não tenho vontade de seguir mais, de planejar, não sou de tomar iniciativas para essas coisas, para realizar, não sou líder. E aí, como faser? Certas coisas eu queria fazer eu mesma, para mim, porém sem ter vínculos, e agora já criei casamento e filha, então... não os uso como desculpa ou empecilho, mas são vínculos que me prendem, de certa maneira. Prendem ao solo o meu balão pronto para voar, mas eu voaria se não os tivesse? Eu nunca tenho respostas, só perguntas. Só reflexões. Só questionamentos. Tenho orado, perguntado para Ele. Tem gente que ora e faz. Tem gente qu

Sextou

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Planejei uma doação de sangue agora, on my birthday. Durante todos os meses de pandemia, quarentena, isolamento fiquei bem, saúde ok. Assim que marquei a doação, no dia seguinte comecei a sentir a garganta estranha, e cá estou agora, dois dias com dor de garganta, nariz entupido, corpo dolorido. Covid? É sempre uma possibilidade, vou ficar ainda mais enclausurada esses dias , e pensava em dar uma volta sozinha no meu dia, mas acho que não será possível. Vamos ver. Queria remarcar a doação para dia 31, halloween, porém com esses sintomas, preciso esperar trinta dias para doar. Mais informações sobre doações aqui . No momento, sinto que não fiz nada esse ano. Gratidão por mais um ano de vida, mas e aí? what's the next step, me? Just living. I'm just living. Pode parecer muito, mas disse a Deus que não estou preparada ainda para partir. Ainda não. Sempre penso nisso como forma de estar atenta a tudo que me acontece, mas para a partida ninguém se prepara, vem sem aviso mesmo, não d

Flexibilizando

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Eu tenho medo dessa flexibilização, uma vez que não houve quarentena, isolamento ou fechamento total no nosso querido Brasil. Tenho medo da relativização das coisas, das visões de quem está no topo e quem está lá embaixo, totalmente opostas. Tenho medo de visões opostas, que deveriam olhar sempre para o meso ponto, o bem comum, a saúde. Se eu terei tratamento vip e por isso não temo o coronavírus e não temo sair por aí sem mascara para onde bem entender, deveria eu saber que há pessoas na miséria que podem morrer por causa do meu privilégio. Mas amanhã é dia das crianças, vou ao parque com a pequena. Se o excelentíssimo acha que um auxílio emergencial miserável desse é pesado para a União, deveria ter a consciência de que seu salário, cartões corporativos, verbas de gabinete e etc etc são bem mais, muito mais onerosos ao estado, à União. Deveria cortar seus auxílios, não morreria de fome. Cortar verbas e cartão corporativo , não passaria mal. Quem passa mal é quem come, quando come, fa

Wake up

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Não estou gostando dessa nova revolução tecnológica que vivemos, obrigados a aprender e ensinar através de tela. Esse tipo de ensino é eficaz??  Eu não estou ensinando nada, só recebo tarefas. Uma revolução tecnológica na educação que mais uma vez visa - ou vai - excluir mais do que agregar, criar, juntar. O mundo cada vez mais fechado em suas caixinhas de curtir, compartilhar, publicar, visualizar, cancelar, excluir.  Eu tentei. Fis videos (ainda tento de vez em quase nunca), lives, vídeos de correção, nada. Poucas ou nenhuma visualização, nenhum comentário. Não estou viciada nem nada nessas coisas, mas já que estamos à distancia, eu preciso do feedback dos alunos, e raramente consigo. Nem pedindo! Mando mensagens no classroom e peço para comentar "ok", de mais de 300 alunos, no máximo 10 comentam.  E quem é que se importa?  nem os estagiários são muito de falar e responder na hora, sei lá o que eles arrumam. Sou só a professora chata. Céus. Virei a professora chata!  Não t

Procura-se

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Eu não dei por esta mudança, Tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida A minha face?   Retrato, Cecília Meireles. São 21:21 e estou ouvindo Enya e pesquisando música about aging. Aging is hard. Achei as que conheço, isto é, lembrei-me para anotá-las: O fim do ano aí está mas não parece. Sei lá.  As músicas: 7 years - Lukas Graham 18 and life - Skid Row When we were young - Adele Nas pesquisas sugeriram "Only time" da Enya, mas não acho que tem a ver com aging ...talvez tenha, mas não do jeito que procuro.  Minha filha vai completar sete anos e eu 37. A música do Graham naturalmente veio à minha cabeça por seus versos iniciais: Once I was seven years old my mama told me  go make yourself some friends or you'll be lonely once I was seven years old.. Minha mãe, 67. Eu, soon 37. Filha, 7. Time after time. Acordei rock and roll, agora Calling all angels. Coluna de quinta, bye!

Processos seletivos

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Participei de processos de seleção estranhos nessa vida. Acho que o trato humano com quem está procurando emprego e PRECISA dele - sim, porque quem se candidata e um emprego PRECISA do emprego, e não de ser humilhado -tem que melhorar e muito. Primeiro de tudo que as informações nunca são suficientemente claras, parece que há algum segredo que só os patrões podem saber, e o clima criado não te dá abertura para perguntas. Com professores, então, vixi, parece que todo mundo adota uma postura de "tá tudo bem, eu sou bom nisso, eu sei tudo, não preciso perguntar". Curso de inglês: você é enaltecido por ter formação na área, mas se vem o novinho/a que acabou de fazer intercambio, tchau vaga.... (claro, nem todo lugar é assim, MAS... cês sabem, né) Escola particular: Me deram 10 minutos para dar uma aula e não deixam usar todo o tempo. Eu pedi com muita cautela e muito sem jeito que eu pudesse saber o resultado assim que possível, pois na pública tinha que escolher cargo, para me o

Visitas

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Todo mundo curtiu mas ninguém fez o dia de foto do perfil com um quadrado preto. As mulheres para quem mandei inbox curtiram, mas nenhuma fez, que eu tenha visto... Todos curtem o anúncio das lives que vou fazer, quando faço, ninguém vê, ou poucos vêem. É como quando recebemos visita em casa. Já me questionaram sobre isso e aquilo que faço (ou não faço) na minha casa, como você vai receber visitas? e aí eu só respondo, "que visitas?" É isso, é sobre isso. Eu só estou na ansiedade nessa quarentena por não poder sair, não por não poder encontrar fulano ou ciclano. Desde que saí de casa, desde que tive a minha filha, ninguém vem, salvo minha mãezinha - mãe é mãe né. Então eu não sinto falta ou saudade. As pessoas exigem que a gente vá, e muitas vezes a gente foi até a casa de muitos, mas não recebemos a visita de volta. Agora nesses tempos de pandemia não podemos mesmo, mas se pedir para não reparar, você vai reparar?   Vai reparar no tamanho dos cômodos da minha casa e que eu n

A diferença

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  Que diferença faria um presidente e governantes que desburocratizassem o sistema, que tivéssemos todos um cadastro único que valesse para tudo. Pessoas que se preocupassem com o equilíbrio social e econômico do país, e não só o seu e dos seus. Que pudessem dar parte de seu alto salário para os mais necessitados e não classificassem o auxílio emergencial como dívida para o país.  Governantes que aproveitassem o tempo de pandemia para abrir prédios abandonados ou não usados para os moradores de rua, que providenciassem documentos, roupas e alimento para quem não tem, que abrissem abrigos para as mulheres e crianças em situação de risco, que providenciassem terapia gratuita e de qualidade para quem não pode pagar. Que se fizesse reforma no sistema carcerário, reforma política, reforma de valores na sociedade.Que se pensassem em conjunto nas ações. Que os professores fossem chamados a construir planos pedagógicos palpáveis e reais. Que o aluno pudesse dispor de tempo, seu próprio tempo p

You can't eat your cake and have it too

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Faz radical frio nesse meu Belo Horizonte. Terminei de assistir a nova série na Netflix, aliás, nem sei se é nova, é de 2017, mas só agora vi na Netflix e gosto particularmente de séries policiais. Algumas eu deixei de lado por estarem se tornando chats ou por muita coisa acontecendo, ou por quase nada mudando nos episódios. Duas que larguei, talvez volte a ver: Blindspot (coisa demais) e Mindhunter (coisa demais e demorada demais, ou de menos, nem sei mais, começou a ficar massante).  Parênteses: um filme excelente que vi outro dia é "A caverna". As atuações não são lá essas coisas, mas a história é bem construída, a ideia é boa, pena que acaba com a promessa de continuar. Se a intenção for realmente continuar, beleza, mas se não for, essa foi uma falha do filme. Como a série da qual eu falava no início: Manhunt: Unabomber.   Terminei de assisti-la, não sei se continua, se a Netflix ainda vai comprar os capítulos, anyway , terminou com a condenação de Ted  Kaczynsk i  a pris

Volta às aulas?

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Estou cansada.   Mais uma semana começa. Hoje, terça, está com cara de segunda para mim. Começou a temporada de calor em BH já, em pleno "inverno". Existem somente duas estações no Brasil, outono e verão. Não chega a fazer aquele frio - a não ser no sul - e o sol, quando é a vez dele, não brilha pouco.  Ontem fis um vídeo ao vivo, uma live, mas entrei ao vivo no instagram só para desabafar sobre a falta de leitura dos alunos. Não leem as instruções que posto no classroom e me enviam as atividades de acordo com o que acham que é. Tenho a impressão que muitos deles fazem tudo e só esperam eu abrir lá o espaço para postar as atividades da semana, sem nem olhar. Falei que estava cansada, e postei. Adivinhe? uma visualização. Tenho tanto sucesso no Instagram quanto nesse blog. Muito alcance também.  Falam em volta às aulas. Isso me revolta, sabe? O Brasil não fez o fechamento total, reabre e fecha comércios o tempo todo, o presidente esbraveja que se preocupa com a economia, sant

Queijioca

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olha que lindo esse queijioca! Ontem olhei a minha massa de tapioca e achei que tinha estragado, estava tanto tempo lá guardada que amarelou. Hoje resolvi usar ela mesmo assim e pasmem, ficou uma panquequinha que parecia queijo! Comi de manhã e agora ao entardecer no lanche, com coisa que fis no almoço: berinjela empanada e tomate, um pouco de maionese. Pensa num sanduba bom!! Não sei se foi porque amarelou, mas quando eu comprar mais massa de tapioca, vou tentar pra ver se dá certo. Receita para uma porção: 2 colheres (sopa) de massa para tapioca 4 colheres (sopa) de água 1 pitada de sal Misturar bem e fritar em uma frigideira na margarina (1 colher). Virar pra fritar por igual.  Bom, não sei se é muito saudável, mas pelo menos consegui fugir do ovo e do queijo, pelo menos hoje.  Então, tomei um "yakult" com esse "queijo" aí de manhã. Almoço foi berinjela empanada, arros e feijão. Mais tarde comi uma maçã e mais agora a noite, o sanduba já citado. Nem precisa de ma

Viewers

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Tenho mexido nas coisas aqui em casa, tenho mudado meu pensamento ou reafirmado coisas de dentro. Tipo viver o presente. Se eu quero algo para a casa ou pra mim, porque não agora? dentro das condições, é claro. Por que ficar esperando me mudar para um lugar melhor para tornar a cozinha melhor, por exemplo? Doei um monte de roupas minhas, do marido e da pequena. Quero destralhar a alma e começar pelo exterior as vezes é mais fácil.  Destralho a alma escrevendo aqui, ali, acolá. O projeto a-caminho-do-que-quero-para-mim está em andamento. Desprocrastinar a própria procrastinação, mas sem forçar. as coisas ficam na cabeça, mas par partir para a prática, ao menos para mim, precisa de fluência natural, de um dia eu acordo e simplesmente faço. E eu funciono assim e busco cada vez mais mudanças e melhoramento interior porque - uma das rasões - meu corpo não melhora. O corpo físico mesmo. Procuro não pensar muito, pois me dá desespero de ver e sentir o quanto meu corpo fica mais e mais tenso,

Projetos

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Pareço estar caminhando em direção a quem que realmente quero ser, finalmente. Bom, não é final, seria inicialmente. Fase nova, novos escritos. As poesias saem com inspirações de momento, mas com a prosa e buraco é mais embaixo, ela precisa ser pensada, escrita, reescrita e revisada. Mas estou em um bom momento. Quixotesco, talvez, mas vou me deixar levar... com frio na barriga, pisando em ovos, mas sigamos o projeto!! Projeto de uma vida, projeto que me define. Não vou mais falar, é lagarta ainda, quando tiver asas, vai voar. que voe alto!  Hoje foi aniversário de casamento de meus pais. Bodas de mármore. Entendo que se nada desfez ate hoje, continuarão até o fim. Eu e Bruno completamos 6. Números, apenas. Tem hora que a gente olha para a cara do outro e já sabe alguma coisa, já conhece tanto e ainda temos surpresas. casamento que fala né.  Seguimos em quarentena. O comercio vai ser reaberto parcialmente por conta do dia dos pais. Creio que o prefeito cedeu à pressão dos comerciantes.

Diário da pandemia

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Dia 18 de julho, um sábado, completou quatro meses de quarentena ou isolamento social, ao menos para mim. Eu vinha escrevendo no facebook quase todos os dias sobre essa quarentena, fazendo um diário da quarentena com algumas reflexões, via celular mesmo, que era minha única ferramenta de trabalho e a única que minha filha também usava para realizar suas atividades à distância. Graças a uma amiga (obrigada Andréa!) consegui um computador emprestado para dar conta das multitarefas para atender alunos, enviar anexos, enviar atividades, preparar material, fora as coisas de casa que recaem sobre as fêmeas humanas. E eu, que ficava achando uma bobajada falar de solidariedade, que não estamos sós, e blablabla, tenho me surpreendido com a bondade e solidariedade de amigos. Bom, não é que esteja surpresa, mas é difícil aceitar ajuda quando você não pede, simplesmente precisa. Quebra de orgulho que chama né, talvez propositadamente proporcionada à minha pessoa para me ensinar. Amém.  Dia 31 de j

Escrita e frio

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Hoje poderia ter sido o dia que eu ia escrever aquele livro. Recebi uma ideia por sonho. Sempre recebo ideias por sonhos, mas ignoro-as, acabo deixando pra lá. Acho que a ideia é tão boa que perde o encanto ao ser posta no papel, ou no computador. Não acho que consiga manter o encanto, mas quem sabe? Hoje poderia ter sido o dia. Um best seller, uma bienal do livro, um sonho. Já com a poesia, sou mais democrática, porém nem tenho escolha, os poemas saem no papel e pronto. Nesse dois meses de pandemia e isolamento, quarentena, tive tempo de mexer em coisas da casa, mas engraçado, não tive essa ideia nem ânimo. Agora com a volta as aulas virtual, parece que ganhei um novo fôlego, mas não muito, pois as dificuldades são muitas. Falta de suporte, de material, de... Tudo. Terminei de assistir a série "This is us", isto é, as quatro temporadas, creio que continue. Uma daquelas séries família que te prendem pela identificação imediata com a história e os personagens. Talvez se

Dias feios

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 Passei seis dias desse mês e desse ano sem minha filha, que viajou com o papai. Dias feios, não acho que apreciei minha inteira companhia. Pois ela é, em certa medida, eu ainda. Durmo cedo pra acordar cedo, ou tarde pra tarde. Dias feios. Fiz 36 anos e ainda falta tanto pra tanta coisa. Ainda quero sumir as vezes, com certa frequência. Dias, meses e anos feios. Vivi uma adolescência tardia e acho que ainda não saí dela. Uma espinha saiu no meu rosto. A chuva em minha cidade - que expressão mineira, "minha cidade"! - tem feito estragos onde pessoas não deveriam morar nem trabalhar. Dias feios. Ainda não escrevi um poema sequer este ano. Ou escrevi? A minha memória está cada vez mais seletiva, mas continua boa. Estou, como me é normal, a espera de um milagre em tudo. Que eu seja outra, que eu não tenha o passado que tenho, que eu não seja eu e que eu não seja eu. Dias feios. É isso, leitor - você existe? - tenho vivido intensamente esses dias feios, mas só por