Sonhos e ansiedade



Todo mundo diz que Deus não dá prova maior do que possamos suportar, acho que está escrito na Bíblia também. "Porque meu jugo é suave  emeu fardo é leve" disse Jesus. Sofremos, choramos, mas vencemos, suportamos. 

Será a mesma coisa com sonhos?

Fico sofrendo com certos sonhos que acho impossíveis, mas se eles estão na minha cabeça não é por que é pra ser? é por que vão se realizar, é porque é para mim? Pois eu não tenho vontade de seguir mais, de planejar, não sou de tomar iniciativas para essas coisas, para realizar, não sou líder. E aí, como faser?

Certas coisas eu queria fazer eu mesma, para mim, porém sem ter vínculos, e agora já criei casamento e filha, então... não os uso como desculpa ou empecilho, mas são vínculos que me prendem, de certa maneira. Prendem ao solo o meu balão pronto para voar, mas eu voaria se não os tivesse?

Eu nunca tenho respostas, só perguntas. Só reflexões. Só questionamentos. Tenho orado, perguntado para Ele. Tem gente que ora e faz. Tem gente que nem ora, só vai. E eu fico parada, orando esperando. Não sei se é errado, mas me sinto covarde, muito covarde. 

Sempre fui caracterizada como preguiçosa e uma certa leseira na vida sempre me acompanhou mesmo, porém começo a achar que é também covardia. Sempre esperei que um dia as coisas acontecessem, e o que a gente deixa fluir nem sempre é bom... não ter consciência de onde se está indo ou o que se está fazendo é insano. Tenho consciência agora, será o momento, ou é tarde demais?

Todos dizem que nunca é tarde. As coisas sempre vieram tarde para mim: menstruação, primeiro beijo, a faculdade, etc etc... tenho um atraso interno que sei que é meu, é da minha persona, característica própria, porém me causa ansiedade, aflição, frustração. Mas se sei que é parte de mim, porque esses sentimentos? Muitos vem da comparação com a vida alheia. cada um tem uma vivência, e eu sei. Aí pareço duas pois mesmo sabendo, não consigo evitar esses sentimentos. Para algumas pessoas parece que a coisa flui naturalmente, nenhuma dificuldade, nenhum perrengue. Perrengue para mim é fome e falta de grana.

Já me disseram orgulhosa também, no mal sentido. Não peço, não falo. Tenho vergonha, dizem que pode ser orgulho, mas já me humilhei (olha só, para mim é humilhação!) e pedi ajuda financeira, cesta básica, etc. É humilhação para mim sobretudo agora, casada. Se estivesse solteira, vá lá, mas... muita treta. Eu não gosto, eu queria não precisar de ajuda de ninguém...


Será que é para sempre assim, eu queria poder ajudar, na verdade já ajudei doando roupas e alimentos e fico feliz quando posso fazer isso, porém recebo mais ajuda do que dou. Sinto que devia estar melhor, devia fazer mais. Tanta coisa na cabeça...

Estou cada vez mais horrorizada com esse mundo, cada dia um crime piro do que o outro, e ainda tive a audácia de pôr uma filha no mundo, uma menina, brevemente uma mulher.Fonte eterna de preocupação, pois é provável que seja filha única e sendo menina, temo tanto por ela nesse mundo. Qualquer coisa que acontecer com ela de ruim eu vou me sentir culpada, oro todos os dias por ela, minha maior alegria, minha princesa, minha preocupação. 

E meu livro? Ah esse é o sonho mais palpável que tenho, mas sempre me sinto impedida, publicação independente nunca foi o que eu tinha em mente. Quase entrei em um concurso, mas não vai dar, não digitei tudo a tempo, grande parte da minha obra está escrita a mão. Se bem que no Recanto das Letras tenho muita coisa publicada, muita mesmo. Quem sabe dá tempo, a inscrição é até amanhã. 

Enfim, os sonhos. Eu já sou escritora. Eu já casei (era isso?). Só não publiquei nem viajei. 

Planos e planos. O que me impede? 



Relatos de sábado à noite. Bye!

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