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Mostrando postagens de outubro, 2012

Sobre o mestrado e o calor

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Parece que agora é sério: vou me afundar mais na zona de conforto. Enquanto a educação pública continua afundando, salva aqui e ali por iniciativas individuais, eu vou confortavelmente reclamar uma cadeira no mestrado ufeveano. Não que eu seja peça chave pra que a educação mude completamente de rumo, mas me acho na obrigação de estar lá fora. Ao mesmo tempo penso que os bastidores tem um papel importantíssimo de reflexão sobre a realidade, ainda que distante do meio acadêmico, e podem propor soluções e caminhos, ainda que distantes... Bom, esse negócio da distância é que complica tudo. Se eu me formo e continuo no meio acadêmico ad eternum , não me acho muito no direito de dar pitaco no mundo da escola pública lá de fora. Se bem que, no meu caso, eu falaria como ex-aluna de escola pública, e assim, a meu ver, teria alguma credibilidade. Não que professores universitários não tenham, mas acontece que, querendo ou não, podemos incorrer num mundo ilusório, onde tudo é possível e adapt

Dia nacional da poesia preguiçosa

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Ah, é a vida que me clama e reclama, sem paz. O movimento de ir pra frente me cansa só de pensar, por isso, no mais das vezes a vida me empurrou. Sou reacionária inatamente. Não há o dinheiro para as contas, não há dinheiro para o pão, mas há a ansiedade que Ele pregou para não haver. Se eu me mecher, sei que tudo muda, o mundo muda, as coisas mudam, mas sei que se não me mecher, mudarão fatalmente, aleatório destino. A mudança me empreguiça e emperra.  Viveria de amor, pudesse. E de cantoria e poesia, fosse boa a voz e a pena. Não garanto a voz, somente a pena, apesar de hesitante ser.  A música vibra, ainda que em voz desarmoniosa e informe. As teclas do piano quase que sinto sob os dedos, ainda que não as toque. São muitas as decisões que me cabem sobre minha própria vida. E como vivia eu antes sem tomá-las todas? Não as tinha, simplesmente. Não tinha as decisões porque não tinha a vida em mãos assim tão minhas. Tinha-a nas mãos de mamãe e papai. Quando a mim foi d

Das coisas todas

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Das coisas que não ganhei no 20 de outubro:   Um gato maine-coon , cachorro rotweiller , labrador ou bigle. Uma iguana, uma tartaruga marinha... Livros, qualquer um, mesmo mesmo. De receitas, romances, novelas, contos, crônicas, didáticos, gramáticas, guias de viagem, de curiosidades (Gostaria muito do Guia dos Curiosos, os dois volumes). Qualquer livro me agrada, até o 50 tons de cinza ... Minha mãe aqui, minha amiga-irmã, minha família... tá todo mundo longe...  Das coisas que ganhei: Um parabéns com bolo surpresa dos meus alunos de sábado de manhã - porque fazer surpresa pra mim é mole, nunca desconfio de nada - um big bolo de aniversário do sogro, uma blusinha amarela da housemate , uma caixinha com chocolates, escrito Together Forever do amor, a visita do João, a ligação da mamis e um tchau lindo na vozinha da minha sobrinha princesa linda.. A companhia do amor o tempo todo e da Calabresa, minha gata.  Das coisas do dia 21 de outubro: um mês de amo

Nostalgia in English

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To querendo um chá, um saquê, uma casinha de sapê, alguma felicidade simples e bonita... me livrar da ansiedade estressante do cotidiano, da ambição desmedida, da inveja e do rancor... ler um livro ali na varanda, deitada na rede, ouvindo um Bob Marley, Jack Johnson, John Mayer, Norah Jones ou Sade bem baixinho, sentindo um vento leve no rosto com a Calabresa (minha gata) deitada na minha barriga, dormindo.  Mas ainda passa pela minha cabeça o algo mais. A biblioteca em casa, as viagens, as roupas de grife, as festas glamourosas, o carro, os cachorros e gatos com pedigree, a pele boa, salão toda semana, unhas, corpo e mente em dia, sessões première de cinemà, cinema em casa, um home theater completo, uma coleção de dvds, réplicas de Salvador Dalí, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari... ambições normais a meu ver mas que, pela impossibiliade de realizá-las de imediato, me frustam grandemente. Sinto raiva de tudo e todos, mas passa como hoje. A rotina às vezes faz bem pra me pôr

Sede

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Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Mateus 5:6 Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos  (Mateus 5:6) Hoje, faltando somente uma hora, ou menos para o término desse dia dos professores, eu sofro. me entristeço pela categoria, pela categoria humana. Juntando julgamento de mensalão, avenida brasil, salário de professor, ser professor, ser humano, ser mulher, Senhor, é tanta coisa imbricada, tanto problema, tanta injustiça.  Minha sede de justiça só aumenta. Aquele velho sentimento de vingança foi passageiro, escondia em si a sede por justiça em todas as áreas. Horrível é essas sensação de impotência, claro que algo posso fazer, mas é muito pouco, posso tão pouco... ou estarei enganada? Não sei, tudo me confunde.  Queria até poder escrever algo bom, mas nada vai sair. Hoje recebi uns parabéns de uma ex-aluna e dos meus alunos, pessoalmente. Mas eles são adolescentes, não tem noção de que, vulgarm

O amor que dá

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Achei que o amor ia me cegar,assim, pra tudo, pra vida, amigos, profissão, rua, minha gata, minhas contas. Me cegou pra bagunça do quarto, que já não arrumo. Achei que ia me cegar pro passado, e essa cegueira era tão desejável. Mas não. Achei que me cegaria pros outros, para os sentimentos não desejados, para defeitos, gorduras, hálito,distrações, passado... mas não. Suportar tudo não é fácil, mas é necessário uma vez que se queira o outro. Somos música, somos todo o possível, o amor que dá; que não é cego, mas tolerante. Que tem me feito aprender coisas, aprender a me controlar, me põe rédeas necessárias, me faz parar e viver de verdade. Esses dias tem sido difíceis, digo não para mim, mas para algumas pessoas. Mês do halloween, parece que "a bruxa está solta". Mês dos meus dias especiais: 12, 15 e 20. Crianças, porque ainda resta uma em cada um de nós que aflora quando dá; professores, minha profissão, mas não estou trabalhando como professora, eu SOU professora

I'll learn to survive

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Oh, come on. This is not fair. I almost begged to you, "let me in, let me in, let me in..." And you didn't. Suddenly I turned around, and there was another one. I begged again, as a fool: "let me in, let me in, let me in..." But he didn't. Again I collected the pieces of my heart and thought the new one who appeared would keep yhem in his own heart. But no. I begged let me in one more time. Again. Again. Again. They all stepped on me without mercy. But suddenly, suddenly... They are still here inside me, forgotten in some deep place or, at least, trying to be forgotten by me... ignoring me on the street, passing me by, sending emails messages or chatting on facebook... suddenly they all seem to come back somehow to disturb me... I've been never good enough, but then... I'm lost. I am love and I love. Why do people want to take this off me? Why can't I just relax and live this new phase? This is not only about them. This is about what I f

Um dia de fúria

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Esses dias de eleições, politicagem, filmes, programas de TV, etc me levaram a essa segunda-feira de fúria. Inicialmente, comecei a revoltar-me com a minha vida pessoal financeira, que não vai nada bem. Desde ponto inicial, meu pensamento seguiu uma linha de raciocínio lógico-matemática que me levou a pensar na injustiça dos salários minimos, dos salários máximos, da estrutura mesmo que subjaz a sociedade atual. Eis o pensamento que publiquei em me status do facebook: então eu sirvo à sociedade como educadora, professora, whatever, e não sou paga merecidamente por tal, por isso, devo me enfiar num laboratório acadêmico de pesquisa, sentar o rabo o dia todo numa cadeira, encher meu cérebro de conhecimento e "sabedoria", publicar artigos que meus alunos fizeram em meu nome e ai sim vou ganhar meus milhões sem fazer nada de prático para a sociedade que urge por mudança? legal... ideologia, eu quero uma pra viver!!! Minhas contas tem aumentado, meu salário, n

A marca da felicidade

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nóis dois bobos Ele chegou e deixou a marca, um sorriso, o cheiro bom, o andar, meu colchão no chão, o vagar dos risos e palavras... Deixou uma impressão doce e firme, chegou pra ficar. A conversa simples que me tirou do devaneio dos imortais, me voltou os pés no chão, a razão que decidiu o amor. E as ignorâncias alheias, nem ai... tá tudo diferente, como diz a Maria Gadú... Fui roubada, o concurso do estado para BH... talvez não fosse para eu ir mesmo, mas tudo foi uma grande sacanagem... erro dos correios, desvio de correspondência? Não... só não sei o que foi. Nos casamos já. Não diante dos homens, mas foi compromisso assumido com Deus. Entre nós.  No meu quarto, tá tudo bagunçado. A vida, uma revolta. A sorte no amor me dói até os dentes. Não me acostumo à felicidade de um dia normal jamais. Boa noite.

Identidades e amor, ou uma avalanche de coisas e sentimentos

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Sentia-me em falta esse dias comigo mesma, por ter deixado de escrever aqui. Preciso escrever e é o que me move. Não estou em falta com meu público-alvo que, pelo que tenho percebido, não contabiliza mais do que 2 ou 3 pessoas, pelas estatísticas de visitações. Mas quem sabe, sempre valhe a pena escrever. Sempre acreditei - ou não, acho que isso é recente - que as pequenas coisas, os pequenos gestos sempre valem a pena. Difícil é aceitar que talvez a gente não veja resultado, mais dificil ainda é o fato de que talvez a gente nunca veja resultado algum, pelo menos não nessa vida terrena. E por que vale a pena, então? Sei lá... assim como o mal está dentro de nós, fazer o bem nas pequenas coisas nos faz um enorme bem. Como quando jogo papel na lixeira e não no chão, quando destroquei as tampas de duas lixeiras que estavam trocadas (reciclavel e não-reciclável), quando chego antes da hora na aula pra preparar tudo, quando chego atrasada e peço desculpas aos alunos, enfim, essas coisas