Faca, Jo Nesbø

 CRÍTICA - livro Faca, Jo Nesbø   

Conhecer o trabalho de Jo Nesbø foi um achado e um alento nessa pandemia e fim de ano - eu ia dizer fim de pandemia, mas mesmo com a vacina, não se sabe né. Um achado, um alento e um sofrimento também. explico: há uns meses venho tentando escrever para valer, montar uma coisa bacana, e cai-me em mãos esse livro magnífico, Faca. Pensei, "opa, vai me ajudar a construir minha própria história ficcional!" mas ao me deparar com toda a complexidade da trama, pensei "desisto! jamais vou escrever assim, como ele pensou nisso e naquilo, como uma história dessa sai da cabeça de alguém?". 

A estória realmente surpreende. parece caminhar para um determinado desfecho um tanto óbvio, mas faz um desvio tão brusco nos acontecimentos que a gente até perde o fôlego, assim como o protagonista já conhecido da coleção, o detetive Harry Hole.  

Faca é o último livro escrito da série do detetive. Não sei se será o último - estou nas últimas páginas, talvez dê para saber - e não posso comentar muito a respeito dos outros livros, pois não os li, somente vi a adaptação cinematográfica de Boneco de Neve, que inclusive consta na Netflix. Achei que ia ser um filme mais pesadão, mas ficou suave, digamos. E pelo filme, não sei se me atentei aos detalhes, mas parece que Harry Hole é apresentado como pai mesmo de Oleg, enquanto Rakel se relaciona com o cara que... bem melhor não dar spoiler, caso tenha alguém lendo aqui, certo? A crítica é dura em relação ao filme, mas eu acho que ele tem o mérito que todos os filmes baseados em livros tem para mim, que é materializar o que imagino ao ler o livro. Fico confusa imaginando as cenas descritas no livro e gosto muito quando tem um filme lançado baseado em algum livro que eu esteja lendo, é bom ver a estória na sua frente, ainda que não seja muito fiel ao livro ou que o filme não tenha sido lá esse sucesso todo.

Mas ao menos esse livro de Jo Nesbø foi, é. Esse sim merecia um belo filme. Aliás, imagino que toda a série Harry Hole mereça um filme, os fatos dariam um enredo muito bom. Ganhei o livro em um sorteio pelo instagram do Grupo editorial Record, e eu nem esperava, aliás, até tinha esquecido de que estava participando de um sorteio, e que surpresa boa! Fiquei com vontade de ler e/ou de ter os outros livros da série. Só não leria com muito conforto Baratas. Minha grande fobia! 

Enfim, é um excelente livro de ficção com digressões e que através de espaços entre parágrafos, como se fosse um outros capítulo - e muitas vezes é - nos leva a montar o quebra-cabeça do crime do momento. E olha que não é um quebra-cabeça simples; torna-se muito mais complexo do que imaginamos ao começar a leitura. Eu só não conseguia ler os nomes em Norueguês deixados do original, pois ganhei uma tradução, mas imagino que a tradução tenha sido bastante fiel ao original. Achei algumas coisinhas que a revisão deixou passar, não sei se por descuido mesmo ou se porque meu exemplar é um distribuído em promoção, com venda proibida, como veio escrito na carimbada na página de rosto. Gostei muito da edição, com essa capa preta e o desenho da faca em material diferente e áspero ao toque. Será que os outros livros da série também são assim? jamais tocaria no Baratas, argh! Mas uma capa muito bem elaborada, e a lombada branca, com o nome do autor em preto, caixa alta, e o título em vermelho, lindo, lindo, pincelando a dramaticidade adequada a obra. Bravo!



Um dia terei o meu, Deus querendo. 

Bye


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