Dying...

Se traiu. foram quase trinta anos de alucinações reais, sua vida. Licenciatura em janeiro de 2011. trabalhou e trabalhou. Primeiro a escola de cursos técnicos, ela no comando do curso de inglês. Depois designações concursos. Fez a especialização; nada de mestrado. Se traiu, pois escrevera na agenda daquele ano: "Em 2011 eu vou... escrever meu livro". Não era necessárioescrever, tudo já estava pronto. Era necessário digitalizar. era necessário fazer acontecer. Ela fez acontecer muita coisa e foram anos. Era a escola, os alunos, a educação, o inglês, o... o que mais? Foi o casamento, a separação, mais um fracasso. Nada de filhos, nada de vida, droga, aquilo não era vida... o que tinha agora após trinta anos era só uma saída: sentar e digitalizar, escrever o sonho, parar tudo e escrever o sonho de uma vida toda, o sonho de um livro, um simples livro, um pequeno que fosse. 
Foi na reunião de trinta anos de formatura, meu deus, trinta anos! Contava seus 57... as amigas la levavam os filhos, até netos... é, era preciso correr atrás dos sonhos. era preciso aquele pequeno sonho, otherwise, sua vida seria vã, ela sentia que seria vã.
Traiu-se e não poderia perdoar-se se tal feito não realizasse. Não podia morrer assim, não podia, não podia, não...

Acordou, de repente... era 2011, seus 27 anos, a carreira começando. Suou. Nada de auto-traição, honey babe. nada de auto-sabotagem.  

Comentários

Rodolfo Xavier disse…
nada de auto-sabotagem.
Texto digníssimo, Rebeca!
como vc mesma citou no meu blog, estamos em tempos diferentes, porém passando por mudanças... e NADA DE AUTO SABOTAGEM! haha
Parabéns por mais este "desafio" cumprido!

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