Yasa'i


Penso nele enquanto fumo um palito de fósforo, velha mania. Penso nele pela falta incrível que me faz. Talvez porque não teve tempo de se revelar um babaca, feito os outros, ou talvez realmente não o seja. Não foi comigo, pelo contrário.

Penso nele enquanto assisto um clip da Rihanna. Vi esse clip enquanto tomávamos açaí na nossa despedida. O açaí marcou dois momentos cruciais e especiais na minha vida: a minha formatura e a despedida dele. Açaí não é algo que eu possa consumir assim, aleatoriamente. Tem que ter motivo.

Etimologia: "Açaí" e "uaçaí" são oriundos do tupi yasa'i, "fruta que chora", numa alusão ao sumo desprendido pelo seu fruto. "Juçara" provém do tupi yu'sara. "Palmiteiro" e "palmito" são alusões ao seu uso na alimentação humana sob a forma de palmito. "Açaí-do-pará" é uma referência ao estado do Pará, no Brasil. Atualmente, o Pará é o estado que lidera a produção do fruto, com quase 90% do mercado.

Tem que ter motivo pra fruta que chora. Tem que ter motivo pra moça que chora. Tem que ter explicação pra essa crise que não passa. Passei numa vivenda de produtos naturais e comprei extrato de própolis, um sabonete de glicerina com amêndoa e um shampoo natural anti caspa. As compras de mais tarde devem me animar. Está frio e já fui à Igreja hoje de manhã. Precisava. Tudo me irrita e não é TPM. Eu estou branca e com o olhar morto. Como se tivesse morrido em vida, frase de Jaqueline Saburido, cujo video assisti no youtube. Graças a Deus eu estou inteira, fisicamente. Passar pelo que ela passou, eu preferia morrer. Chorei por ela, dei graças por minha vida, ainda que sofrendo as dores emocionais que eu sofro. 

Penso nele enquanto aquela tristezinha lá no fundo começa a se ampliar. Penso nele enquanto o frio na minha pele parece aumentar. Penso nele como escape pra tudo que me irrita. Penso nele porque me faz bem e mal, penso nele porque quero. Penso nele porque o amo. Penso porque não tenho em quem pensar e não posso com isso. Penso porque não lido bem comigo mesma, mas me conheço bem. Não pise no meu calo nem no meu asfalto. Não ouse mudar meus móveis nem meu vestido. Não tente me mudar, me perderá. Não mude minha roupa, meu cabelo, a tela do meu computador, as minhas coisas. Elas são eu. Respeito é tudo que quero e preciso. Aí penso nele, tão diferente, tão educadamente diferente. Tão na dele, tão ... perfeito. Sim, óbvio que de longe eu o idealizo, mas fazer é a sina, é o fino, é o tino do destino. 

Aí penso, repenso, e me pergunto quando será o próximo açaí. Bye. 

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